sexta-feira, 31 de agosto de 2012

W.E. - o romance do século

W.E. Movie Poster

Pelo poster já dá pra sentir o drama que é esse filme, né gente? Muito falado e mal falado pelos críticos de plantão que não aceitaram muito bem Madonna como diretora, a verdade é que W.E. (2011) não demonstra grandes pretensões cinematográficas, até porque Madonna nem escolheu atores tão famosos assim. Ela apostou em um quesito interessante: um novo olhar para a história de amor vivida pelo ex-futuro rei da Inglaterra, Edward, e sua Wallis, americana duas vezes divorciada. 



Edward se apaixona por Wallis quando ela ainda está casada com o 2º marido, em plena década de 1930 - obviamente que se tornará odiada por todos os ingleses: é americana, já foi divorciada e terá que conviver com um homem que abdicará do trono a que foi destinado por amor a ela. Madonna imprime aqui um olhar interessante a respeito deste romance do tipo conto de fadas: o que acontece realmente no final? Será que ele não se torna um fardo para a mulher? Analisando as cartas que Wallis escrevia para sua tia americana e outras amigas, surge uma reflexão no mínimo perturbadora de quem vivenciou o romance em si, pois Wallis conclui: Meu Deus, estarei presa a este homem pelo resto de minha vida... Para o resto da vida é muito tempo, não é? Pois a felicidade não é eterna e plena como sugerem os contos de fadas...


Ao mesmo tempo, temos no filme o desenvolvimento da história de Wally, uma moça do século XXI insatisfeita com seu casamento e obcecada pelo romance do século. Ela acaba se envolvendo com um agente de segurança russo, que lhe dá justamente o que precisa: amor e carinho...É Wally quem vai superar sua própria obsessão por histórias de amor perfeitas: já que a sua não é, o que vale é ir atrás de quem lhe faz feliz...

Mas estaria sendo injusta se não falasse da Direção de arte do filme: perfeita! Aqui realmente observamos o capricho do olhar exigente de Madonna: cores e formas exuberantes para retratar a década de 1930 e minimalismo para os dias atuais:



sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Robert Burns e a liberdade romântica


Muitos falam sobre o Romantismo inglês fazendo inúmeras referências a Lord Byron (também um poeta muito amado por mim rsss); porém esquecemos de dar os devidos créditos a Robert Burns, considerado o grande poeta da Escócia, o bardo, aquele que valorizou a linguagem do povo e o ideal libertário romântico...


Burns (1759-1796) revoluciona logo no início do período romântico ao adotar o modo de falar escocês em detrimento da formalidade da língua inglesa em seus poemas, chamados de songs (canções); porque eram mesmo canções, hinos, verdadeiros clamores construídos de forma simples e bela, direcionados ao amor, à vida e à nação escocesa. Por amor à Escócia, o poeta eterniza as famosas Highlands (Terras altas escocesas, um verdadeiro cartão postal do país), com seus vales verdes entrecortados por rios em My heart is in the Highlands:


Burns não foge às suas origens: mais velho de uma prole de sete filhos, de pais camponeses muito pobres, era bem óbvio que ele teria dificuldades para adquirir uma educação formal; mesmo assim frequentou a escola e teve lições de Latim, Matemática e Francês, um luxo! Na vida adulta foi funcionário público, sempre publicando seus poemas, os quais eram recebidos friamente pela crítica culta e nobre da época por causa justamente do uso da linguagem informal. Mas se dos intelectuais ele recebeu o desprezo, do povo ele recebeu todos os louros...rsss Não muito diferente de outros poetas românticos, Burns teve uma vida bem agitada e boêmia; casou e teve 9 filhos...e morreu aos 37 anos. Hoje eu preferi trazer um poema bem singelo porém marcante e engraçado, em que podemos ver toda sua irreverência e entender a razão desse poeta ser tão amado na Escócia!

I Hae a wife of my ain, 
I'll partake wi' naebody; 
I'll take Cuckold frae nane, 
I'll gie Cuckold to naebody. 

I hae a penny to spend, 
There-thanks to naebody! 
I hae naething to lend, 
I'll borrow frae naebody. 

I am naebody's lord, 
I'll be slave to naebody; 
hae a gude braid sword, 
I'll tak dunts frae naebody. 

I'll be merry and free, 
I'll be sad for naebody; 
Naebody cares for me, 
I care for naebody. 

************

Tenho minha mulher
que não divido com ninguém;
Ninguém põe chifre em mim
Não ponho chifre em ninguém.

Tenho dinheiro pra gastar
Graças a ninguém!
Não tenho nada pra emprestar
Não peço emprestado a ninguém.

Ninguém é meu patrão,
Não serei escravo de ninguém;
Tenho uma espada bem grande,
Pra não aceitar golpes de ninguém.

Serei livre e feliz,
Não ficarei triste por ninguém;
Porque ninguém liga pra mim,
E eu não ligo pra ninguém.

***************

Essa é realmente a ideia da liberdade individual...em homenagem a Burns, podemos dizer "decido isso, pago minhas contas e ninguém tem nada a ver"!!!


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

The Canterbury Tales & a história da mulher de Bath


Os Contos de Canterbury (The Canterbury Tales) é uma obra da literatura medieval inglesa, de Geoffrey Chaucer, que permanece meio inacabada. Pode-se dizer que antes de William Shakespeare dar uma guinada na língua e literatura inglesas no século XVI, quem revolucionou primeiro, no século XIV,  foi Chaucer. É ele quem resgata a beleza e a poética da língua inglesa através de seus textos - tal beleza esquecida após 3 séculos de dominação do francês e do latim na corte. E o faz da seguinte forma: na obra, um grupo de pessoas segue para uma peregrinação até a catedral da cidade religiosa de Canterbury; porém, para passar o tempo pois a viagem é longa, é proposto ao grupo que cada um conte histórias. Chaucer tem a preocupação de não dar nomes aos personagens e apenas os identifica segundo suas ocupações na sociedade medieval; deste modo temos o cavaleiro, o mercador, o moleiro, o vigário, o médico etc.


Mas a história que eu acho bem interessante, para não dizer inusitada, é aquela contada pela "mulher de Bath" - no grupo ela representa as mulheres viúvas; ao herdar a fortuna dos maridos que teve, torna-se uma poderosa comerciante da cidade litorânea de Bath, gozando desta forma de uma certa independência, coisa rara para a época...Conto agora para vocês a história da Dama Repugnante, ou como se diz em inglês medieval, The Loathly Lady:

 

Nos tempos do rei Arthur, um de seus cavaleiros não resistiu à beleza de uma donzela e raptou-a; tal ato era considerado reprovável e punido com a pena de morte, mas a rainha Guinevere resolveu interferir e pediu ao rei que deixasse que ela e suas damas de companhia julgassem o cavaleiro e escolhessem a pena mais justa. A rainha propõe uma alternativa à pena de morte: diz ao cavaleiro que ele saia à procura da resposta para a seguinte pergunta: o que as mulheres mais desejam na vida? Ele tem 1 ano e 1 dia para cumprir sua missão. 


Desnorteado, o rapaz aceita a tarefa mas durante esse prazo ouve muitas respostas diferentes sobre o que as mulheres mais desejam: algumas querem o amor, outras o dinheiro, outras a beleza, outras a glória. No fim do prazo, já no caminho de volta à corte, e sem chegar a uma conclusão, o cavaleiro se depara com várias jovens dançando na floresta. À medida que se aproxima, observa que as jovens se afastam restando apenas uma velha feia e repugnante. Ele se dirige a ela contando seu suplício e a senhora lhe dá a tão sonhada resposta, mas não sem antes firmar um acordo: ela lhe pedirá algo que ele deve fazer, algo humanamente possível. O rapaz aceita, ambos seguem juntos para a corte e lá o cavaleiro reproduz, em alto e bom som, o que desejam as mulheres: mandar em seus maridos!


E o que a velha pede em troca? Que o cavaleiro se case com ela! Ele lhe oferece dinheiro, porém ela diz que só quer amor....Eles se casam e na noite de núpcias, revoltado, o rapaz humilha sua esposa dizendo que agora está desgraçado por ter se casado com uma mulher horrível e ainda por cima de sangue plebeu...Mas aí entra a inteligência da mulher: a velha diz que ele, que se diz tão nobre, age tão indignamente; que a nobreza está nos gestos e no caráter e não nas origens; e que dali em diante ele tem duas opções: tê-la como esposa fiel e bondosa porém velha e feia, ou tê-la como uma mulher bela porém estúpida e inconsequente...


E para nossa surpresa, o cavaleiro diz que a esposa deve escolher o que ela acha mais correto para ambos rsss Como a mulher é uma fada, ela escolhe ficar bela e bondosa para o marido...e os dois vivem felizes para sempre em harmonia - mas só porque ele resolve obedecê-la! Agora me digam se essa história não é bem ousada para a época, hein? É por isso que admiro Chaucer: no meio de mais de 80 histórias, ele reservou uma para exaltar a inteligência e o poder de persuasão femininos...em plena Idade Média!


  

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Look de noite!

Fui semana passada a uma colação de grau em que tive a honra de ser paraninfa da turma de Letras com habilitação em Língua e Literaturas de Língua Inglesa ;) chic! Escolhi o look a partir da saia transparente, que já não é mais nem tendência rsss Mas aí, vale lembrar a tal da proporção: se a saia já era transparente, a blusa deveria ser mais discreta. Escolhi o tom de verde pois além de ser uma cor que me favorece muito, é diferente!




E se eu disser que a saia e a blusa nem tem grifes? kkkkk Comprei aqui em Caxias rsss Mas tá valendo né? É porque às vezes as pessoas acham que pra ser elegante tem que comprar roupas caras, de grife, mas aí depende claro, do seu poder aquisitivo R$! No meu caso, preferi investir nos brincos, anel e bolsa estilo clutch - meu fraco são  mesmo os acessórios...:))